Manitowoc terá fábrica no RS
Passo Fundo receberá fábrica multinacional de guindaste.
Executivos da Manitowoc Crane Group estiveram no Palácio Piratini na tarde de ontem para firmar protocolo de intenções de investimentos com o governo do Estado e a prefeitura de Passo Fundo, município em que deverá ser instalada uma fábrica da empresa norte-americana. A multinacional planeja investir R$ 70 milhões na unidade de Passo Fundo, nos próximos cinco anos, com possibilidade de ampliação após este período. Empresa com 15 plantas industriais espalhadas entre Estados Unidos, Europa, Japão, Índia e China, a Manitowoc escolheu Passo Fundo para implementar sua primeira fábrica da América Latina, onde pretende produzir três modelos de guindastes pesados de alta tecnologia que serão comercializados em toda a América Latina.
O faturamento inicial estimado gira em torno de R$ 400 milhões a R$ 600 milhões. Inicialmente, devem ser produzidos de 200 a 250 guindastes por ano, chegando a 800 unidades em 2018. “Há 20 anos comercializamos para o Brasil diversos tipos de guindaste de alta capacidade de elevação. Agora, é chegada a hora de o País deixar de ser importador para ser produtor de alguns desses equipamentos”, destacou o vice-presidente-executivo da Manitowoc, Lawrence Weyers, durante o encontro com o governador em exercício, Beto Grill, e o prefeito de Passo Fundo, Airton Dipp. O próximo passo para a implementação da unidade fabril será homologar o acordo com o governo do Estado.
A estimativa é que, após 60 dias da homologação, a empresa inicie as obras de construção em uma área de 450 mil m2 no distrito industrial de Passo Fundo, onde serão produzidos guindastes para terrenos acidentados, gruas para construção civil e guindastes para caminhões comerciais. Inicialmente, serão abertos 85 postos de trabalho diretos e 250 indiretos.
“A ideia é que a fábrica seja entregue em 15 meses após o início das obras”, informa o administrador da Manitowoc Crane Group América Latina, Mauro Nunes da Silva. Segundo ele, serão construídos diversos pavilhões industriais no local. “Em seis anos, a unidade de Passo Fundo deverá gerar mil empregos diretos e indiretos”, projeta. Ele destaca que, entre os países do Bric, só faltava o Brasil receber uma fábrica da Manitowoc.
A escolha de Passo Fundo se deu, conforme Silva, através de negociações e estudos em três estados e cidades brasileiras. “Entre outros quesitos, a mão de obra gaúcha é a que tem custos mais atrativos. Além disso, pesou bastante a questão dos incentivos fiscais e doação de terreno”, ressalta, referindo-se ao pacote de iniciativas solicitado junto ao município de Passo Fundo, visando à desoneração da carga tributária a fim de permitir competitividade à empresa e viabilizar o projeto. Entre os benefícios oferecidos pelo município, estão a cedência de uma área de 45 hectares, acesso asfáltico, água, energia elétrica e isenção de IPTU por 10 anos.